Leitura e escrita no ensino de ciências


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Esta pesquisa teve objetivo de analisar o funcionamento da leitura e da escrita em aulas de ciências, ou seja, compreender em que condições se desenvolvem, quais as compreensões sobre seu papel nas aulas de ciências, de que modo produzem efeitos (de sentidos) no ensino/aprendizagem de ciências. Além disso, a partir de um trabalho de colaboração com dois professores de ciências de uma escola pública de Florianópolis, buscamos modificar as condições de produção de leitura e de escrita, partindo do pressuposto de que tais modificações poderiam produzir mudanças no modo como professores e estudantes relacionam-se e produzem interpretações de/sobre textos de ciências, aproximando-se de uma perspectiva de autoria. Como referencial teórico-metodológico da pesquisa nos fundamentamos na Análise de Discurso (AD) de linha francesa, mais propriamente em textos de Eni Orlandi e Michel Pêcheux, fundador dessa linha teórica. A opção pelo referencial se deu por considerarmos relevante investigar o funcionamento da linguagem na produção de sentidos sobre ciências na escola. No estudo, partimos da premissa de que forma e conteúdos são indissociáveis nos processos de produção de sentidos. Além disso, o próprio modo como professores e estudantes posicionam-se diante dos textos de ciências também constitui suas interpretações. Nesta perspectiva teórica compreendemos que as leituras são produzidas por sujeitos localizados em contextos histórico-culturais, sendo assim, não estão coladas aos textos (ORLANDI, 1996). Essa afirmação nos remete a consideração de que ler é mais do que decodificar símbolos localizados em um texto, é processo de atribuição de sentidos, de produção de interpretações diante dos textos com os quais tomamos contato. Do mesmo modo, ao enfocarmos a escrita, trabalhamos privilegiando-a como espaços de significação.




Leituras dos professores de ciências do ensino fundamental sobre as histórias da ciência


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Neste estudo enfatizo as leituras que os professores de ciências do ensino fundamental apresentam sobre as histórias da ciência. Utilizando como principal referencial teórico a análise do discurso da linha francesa, me propus a buscar junto a cinco professores de ciências do ensino fundamental suas leituras sobre as histórias da ciência, ou seja, quais os sentidos são atribuídos sobre esse tema, quais são suas fontes de leitura e suas possíveis contribuições para promover uma melhoria no ensino de ciências. A forma de olhar para as entrevistas está baseada na compreensão de que a linguagem não é transparente, que os sentidos para um texto não são dados e nem estão à espera de serem descobertos, pois estes são construídos pelos leitores dependendo das condições de produção dessas leituras. O perfil observado nos entrevistados mostrou que são professores abertos a inovações no ensino de ciências, principalmente àquelas de ordem metodológica. A análise das entrevistas semi-estruturadas evidenciou que as fontes de leituras sobre o tema apontam predominantemente para o livro didático, as enciclopédias e os trabalhos extraclasse feitos pelos alunos, onde há uma história geralmente voltada a biografias rápidas, nomes e datas de "heróis" da ciência, algo que está pronto, acabado e linear. Diante desta leitura, os professores não vêem muitos benefícios na utilização de abordagens históricas no ensino de ciências, confundindo a história da ciência com "dar aulas" de história. Por outro lado, fazem uma conexão entre a utilização de abordagens históricas e os vínculos entre ciência, tecnologia e sociedade (CTS), mostrando uma leitura diferente da anterior, mais voltada aos rumos atuais da educação em ciências. De qualquer forma, uma das contribuições desta dissertação é apontar para a necessidade da utilização de abordagens históricas da ciência nos cursos de formação.




Leituras de divulgação científica na formação inicial de professores de ciências


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Esta pesquisa de doutorado tem como objetivo central investigar as leituras feitas por licenciandos de textos de divulgação científica no contexto de suas pré-regências e regências desenvolvidas na disciplina Prática de Ensino das Ciências Biológicas. A tese aqui defendida está relacionada à idéia de que textos de divulgação científica podem propiciar leituras críticas das relações entre ciência, tecnologia e sociedade em sala de aula desde que o professor esteja alinhado a uma concepção educacional progressista crítica. Sendo assim, a pesquisa conta com o referencial teórico metodológico da Análise do Discurso de linha francesa e a filosofia de Paulo Freire para analisar aspectos como: as condições de produção das aulas, os modos de leitura e os gestos de interpretação, as re-elaborações discursivas (tanto as escritas como as orais), imagens, usos e funções dos textos de divulgação científica. Foram analisadas um total de sete aulas nas quais foram observados aspectos relacionados aos processos de re-elaboração discursiva textuais ou orais que destacam a relevância do licenciando como mediador do texto de divulgação científica em sua introdução em sala de aula. Além disso, foi observada a participação do texto de divulgação na constituição do discurso científico escolar e sua inserção nas aulas de ciências como facilitadora da incorporação de temas sociais relevantes criando uma ponte entre o conhecimento cotidiano do aluno e o conhecimento científico. O estudo aponta ainda os modos de leitura e os funcionamentos dos textos de divulgação científica em sala de aula. Os modos dizem respeito às leituras silenciosas, em grupo, em voz alta pelo licenciando ou um aluno. Já o funcionamento assumido pelos textos foram bastante diversos, indo desde um eixo estruturador da aula, passando pela função de estimular e incentivar a participação dos alunos chegando até o treinamento da criticidade. A pesquisa aponta a necessidade de novos estudos teóricos que discutam, sob o ponto de vista da área de educação em ciências, o papel da divulgação científica no ensino formal, focalizando inclusive o papel que o texto de divulgação exerceria na introdução de temas da ciência contemporânea nas aulas de ciências como uma forma de atualização dos conteúdos no ensino de ciências.




Contributions of Behavior Analysis to Reading and Writing Comprehension


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This book shows how behavior analysis can be applied to teaching reading and writing to primary school students and to special populations, such as children with intellectual and hearing disabilities and illiterate adults. Originally published in Portuguese, this contributed volume is now translated into English and presents for the first time to international researchers and students a comprehensive overview of a research program developed for more than three decades in Brazil which gave birth to a unique teaching program based on the concept of stimulus equivalence: the Learning to Read and Write in Small Steps. The book is divided into four parts. The first part presents the theoretical framework and the historical context in which the teaching program was developed by the group led by Drs. Julio Cesar de Rose and Deisy das Graças de Souza, currently organized in the National Institute of Science and Technology on Behavior, Cognition, and Learning (INCT/ECCE). The second part describes the modules that make up the Learning to Read and Write in Small Steps teaching program. The third part presents results of empirical research conducted with children with intellectual and hearing disabilities and illiterate adults. Finally, the fourth part presents contributions from other areas of knowledge – such as speech therapy, linguistics, and education – to the understanding of reading and writing and possible dialogues between them and behavior analysis. Contributions of Behavior Analysis to Reading and Writing Comprehension will be of interest to researchers and students in the fields of psychology and education interested in the application of behavior analysis to teaching and learning processes. It will also be a valuable resource for professionals directly working in educational institutions, such as elementary school teachers and psycho-pedagogues. The translation of the original manuscript in Portuguese was done with the help of artificial intelligence. The present version has been revised technically and linguistically by the authors in collaboration with a professional translator.













Métodos e atividades para o ensino de ciências


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O presente livro é fruto do trabalho e da experiência adquirida pelos autores no ensino de Ciências e Biologia. Ao trabalharmos com alunos do Curso de Pedagogia, sentimos necessidade de repassar o conhecimento e a prática que o tempo nos ofereceu aos que vão orientar professores e alunos em um futuro bem próximo. Se nossos educadores reconhecerem no ensino de Ciências um aliado para melhorar a leitura, o raciocínio matemático, o conhecimento geográfico e histórico, bem como as habilidades artísticas dos educandos, ele será um instrumento para facilitar a compreensão das outras disciplinas. Aprender Ciências no Ensino Fundamental é descobrir-se cientista, investigando o porquê das coisas e buscando uma resposta para as perguntas. É olhar para a natureza e ver a necessidade e a importância de sua preservação; é considerar todos os seres vivos como parceiros na grande aventura de viver neste planeta. O desafio no mundo de hoje é garantir a sustentabilidade do nosso planeta e a escola tem importante papel nesse processo. Ciências em muito pode contribuir com esse propósito, estimulando o senso crítico com discussões pontuais entre os alunos. O professor do Ensino Fundamental, que tiver a preocupação de ensinar Ciências sob essa ótica, terá mais que alunos em sua classe, estará formando cidadãos críticos das atitudes que o ser humano tem tomado contra a natureza.







Leitura e formação de leitores em aulas de química no ensino médio


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Pensar a linguagem no processo de ensino e aprendizagem de Química é, para mim, um passo essencial no caminho da melhoria da qualidade da educação. Isso porque penso ser importante incentivar a formação de leitores no contexto escolar no âmbito de todas as disciplinas, inclusive da Química. A compreensão de como se dá a produção de sentidos para a Química a partir da leitura, o conhecimento das condições de produção de sentidos dos estudantes e a forma pelo qual eles se vêem enquanto leitores, são questões que me guiaram durante a elaboração desse estudo, que tem como objetivo principal compreender como se dá a constituição de leitores tendo como base a relação entre leitores e textos diferenciados em salas de aula de química no ensino médio. Para atingir esse objetivo, trabalhei a leitura de textos diferenciados - literário, originais de cientistas, enciclopédicos, divulgação científica, tabelas - em uma turma de primeira série do ensino médio. Os estudantes produziram textos que foram analisados com base no referencial da Análise do Discurso Francesa (AD), com aportes na obra de Michel Pêcheux e seu desdobramento no Brasil através dos trabalhos de Eni Orlandi e que estabelece o discurso como "efeito de sentidos entre interlocutores". Entre os resultados, é possível perceber que a forma pela qual a leitura é trabalhada nas escolas influencia fortemente os sentidos construídos pelos estudantes a respeito dessa atividade, além de permear o olhar que lança para si mesmo enquanto leitor. Um trabalho com uma visão mais crítica de leitura, buscando a produção de sentidos e não a "resposta certa" é fundamental para o incentivo à leitura e à formação de leitores nas aulas de Química. A pesquisa mostra ainda que a modificação das condições de produção de sentidos dos estudantes através do trabalho com textos diferenciados pode levá-los a deslocamentos de sentidos em suas leituras, passando a ter, por exemplo, uma visão da ciência mais ligada ao seu caráter de empreendimento humano. Por fim, aponta também para a necessidade de se trabalhar a Linguagem Química nas aulas de Química no Ensino Médio, uma vez que os estudantes atrelam seu conhecimento predominantemente à formação do cientista ou à preparação para o vestibular, desconsiderando, muitas vezes, a importância da química em seu cotidiano.